terça-feira, 19 de abril de 2011

"C'est bon" / "C'est pas bon" (Parte 1)

Quando tu pensas em mudar-te de país, normalmente tentas focar-te somente nos aspectos positivos senão nunca se optaria por sair do seu país natal, mas como não existe nada que seja perfeito... dificilmente não haverão aspectos negativos. Uma das vantagens que estará bem explicita é  a possibilidade de se "ter uma vida melhor", implicando isto uma série de coisas como "mais dinheiro", "mais conforto", "mais..." e "mais..." contudo, tudo isto requer algum esforço, não basta vir viver em França que se terá tudo de "mão beijada", obviamente. Mas o facto de se ser jovem pode ajudar, e ter uma dezena de filhos, muito mais. Aqui têm muitas ajudas direccionadas aos estudantes, pais e etc.
Relativamente à minha pessoa, se a minha vida melhorou financeiramente? Sem duvida! Mas não sou rica, nem nada que se lhe pareça. Aqui não há aquela coisa do "sonho americano" à francesa, pelo menos não em minha casa. O nosso objectivo ao vir para França nunca foi enriquecer, mas sim ter uma vida mais estável (financeiramente), coisa que em Portugal, ultimamente, tornou-se quase impossível, senão mesmo impossível. E também, claro, estarmos todos juntos, em família, visto que o meu pai já trabalhava há um ano, aqui em França. Um outro ponto positivo é "aprender uma nova língua", claro que no inicio será difícil, caso não se esteja "familizardo" com a língua, mas nada que não se resolva passado algum tempo, com alguma dedicação.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Très chic...

Uma semana depois do meu aniversário, costuma realizar-se o Festival International du Film, mais conhecido como Festival de Cannes. [Para quem quiser ficar a saber mais sobre este evento, deixo-vos aqui este site (em português) : http://www.festival-cannes.com/pt.html]. Eu sou aficionada em Cinema, desde que me conheço por gente, então pode dizer-se que fiquei "histérica" quando soube que iria poder ver alguns dos responsáveis desta minha paixão pelo mundo cinematográfico.
No primeiro ano fui praticamente todos os dias a Cannes, porque "não queria perder pitada". E o que vos posso dizer é que nunca tinha visto tanta gente em Cannes, haviam pessoas de todas as partes do mundo...  fãs, curiosos, cinéfilos, fotógrafos, jornalistas, etc. E todo este ambiente com pessoas por todos os lados, as ruas agitadas, os risos e os gritos... tudo isto fascinou-me. Pode soar estranho, mas eu adoro Cannes durante o Festival. Até de noite há este "mar de gente", e sendo como tal, há muitos que vêem nisto uma grande oportunidade para ganhar dinheiro. Uns dançam break dance, outros tocam música, há ainda quem faça de estátua e também há quem faça trabalhos manuais (pinturas com spray, por exemplo).
Quanto ao tapete vermelho... vi vários artistas : actores, realizadores e músicos, muitos deles conhecidos internacionalmente. Também vi o actor português, Nicolau Breyner. Penso que ele estaria a acompanhar o sr Manoel de Oliveira, que infelizmente não consegui ver (culpa dos meus 160 cm de altura e da multidão que estava à minha frente).
Tenho (ainda) muito a dizer sobre o Festival de Cannes, mas deixo as minhas fotos "falarem" por mim.







































sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

La vie en rose...

Vida nova, novas experiências!

Inscrevi-me num curso de francês pouco tempo depois de ter-me instalado em terras gaulesas. Este curso tem 6 níveis e eu fiquei no 3°. Valeram-me os manuais escolares de francês, que trouxe comigo, dando-lhes o uso que não tiveram, antes, na escola. Sempre fui preguiçosa e mais ainda para estudar francês, achando que nunca iria precisar, mas a vida ou o destino, pregou-me uma daquelas partidas com um grande sentido de ironia.
Mas neste curso não aprendi só a gramática francesa, vocabulário...
Neste curso, como podem imaginar só tinha "estrangeirada", pessoas de todos os cantos do mundo e foi com eles que aprendi mais, foi neles que me apoiei, não me sentido tão sozinha, e foi graças a eles também que tive alguns dos meus melhores momentos e experiências aqui, em França.
Nós pouco, mais ou menos, sabíamos falar francês, mas ninguém me entendia melhor que eles. Foi também com eles que festejei o meu 1°aniversario aqui (na praia, como eu sempre tinha querido). Fizeram-me um bolo e tudo! Senti-me muito acarinhada, foi uma tarde/noite muito especial.
Este foi um dos meus melhores aniversários, porque para além de o ter festejado durante 3 dias (um dia antes - não, não me deu azar, muito pelo contrário - no próprio dia e no dia seguinte), os meus pais ofereceram uma máquina fotográfica semi-profissional. Podendo assim, começar a registar alguns dos momentos, pessoas, coisas, paisagens (etc.) que me "falassem" ao coração.










sábado, 22 de janeiro de 2011

Le plus important dans la vie...

Nesta mudança, a minha vida deu uma total reviravolta, e posso dizer-vos com toda a certeza, que o que me custou mais, de todas as dificuldades que encontrei neste país, foi o facto de ficar longe daqueles que mais gosto, falo-vos claro, do resto da minha família (avós, tios, primos e a minha irmã do meio que ficou a acabar o secundário) e também dos meus amigos.
Esta distância e as saudades que tinha (e que ainda tenho) deles foi algo torturante, principalmente no início quando não conhecia mais ninguém para além da minha própria família.
Esta "separação" mostrou-me o quão preciosos são todos eles, familiares e amigos. O quanto eles são a base de tudo, o quanto preenchem e melhoram a nossa vida, o quanto eles são precisos.
Este afastamento físico, fez-me sentir uma solidão que nunca tinha experimentado antes, um vazio inexplicavelmente doloroso que me ensinou a dar (ainda) mais valor a estas pessoas que, de alguma maneira, faziam (e continuam a fazer) parte da minha vida e de mim.



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Je ne savais pas quoi faire d'autre...

Uma coisa que também mudou com esta vinda para França, foram os meus hábitos quotidianos.
Eu era uma "televisó-dependente", via televisão de manhã à noite, série atrás de série e filme atrás de filme... e, é preciso dizer-se que, nunca enjoava. Quando cheguei aqui não tinha nem televisão por cabo, nem computador.
Eu pouco percebia francês, então os canais franceses não exerciam qualquer fascínio sobre mim.
Então sem televisão, ou qualquer outro entretenimento eu ia deitar-me por volta das 20 horas, e isto é verídico, e antes de dormir, ainda ia ler, atrevo-me a dizer que bastante atentamente, as enciclopédias que tínhamos trazido de Portugal. Eu sempre gostei de ler, mas confesso que, em relação às enciclopédias só costumava consultá-las para trabalhos da escola.




domingo, 16 de janeiro de 2011

Il était une fois...

Foi há mais ou menos 3 anos e 5 meses que apanhei um voo com destino a Nice.
Eu estava nervosa, não só porque nunca tinha andado de avião mas também porque esta era uma viagem só de ida.
A partir deste momento tudo mudará na minha vida e esta passará a ter o código postal 06110 em vez de 2835-156.
Eu estava tão entusiasmada com esta mudança que acabei por esquecer que nem tudo seria fácil nesta nova etapa da minha vida. Pois não só o código postal, a partir de agora, seria diferente mas também a língua, as pessoas que se cruzariam comigo no dia-a-dia, entre muitas outras coisas.
E uma dessas muitas outras coisas é a vista da minha nova morada... de uma paisagem completada por prédios, uns seguidos uns dos outros passei a ter uma paisagem bem mais atractiva e tranquila.